sexta-feira, 22 de julho de 2011

a roubar, com muita serenidade - subsídio de natal

Hoje, o PSD louvou a serenidade do Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, a propósito da apresentação da medida de criação de um imposto extraordinário. E de facto, honra lhe seja feita, se há coisa que o homem foi, foi sereno.

Sereno porque não é a ele que esta medida afecta pesadamente;

sereno porque este roubo aos rendimentos do trabalho agrava o fosso entre os que tudo têm e os que nada podem;

sereno porque os senhores do dinheiro garantem mais capacidade de exploração à custa da diminuição dos rendimentos do trabalho;

sereno porque tapa os buracos criados pelos criminosos da banca e da agiotagem com o dinheiro de quem trabalha;

sereno porque rouba aos que não lhe dão ordens para meter nos bolsos de quem o comanda;

sereno porque esbulha do bolso daqueles que trabalham toda a vida para morrerem mais pobres ainda do que nasceram.

Por tudo isso, o homem está, justificadamente, sereno.
Resta saber se, como nos dizem as apaziguantes vozes do costume, continuará sereno o povo.

No que nos toca e diz respeito, tudo faremos para que o povo, sereno, quebre a tranquilidade da opulência. É que não podem ficar serenos ambos escravo e senhor.

1 comentário:

Sérgio Ribeiro disse...

Um grande abraço por estes três últimos "posts" (e pelos anteriores, se não o disse oportunamente).
Ajudaste-te, ajudando-nos.
Assim se constroem e (a)firmam as posições convictas.