quinta-feira, 23 de julho de 2009

SKA-P na Festa do Avante!

A Festa do Avante de 2009 contará com SKA-P no palco 25 de Abril.
www.festadoavante.pcp.pt
www.skap-p.com

Os Peste & Sida também não faltarão!

Lá estarei. Lá nos veremos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Parasitismo compensa.

O jornal "Público" de 22 de Junho atribui meia página a um assunto importantíssimo - o Complexo Desportivo do Jamor. Como seria de esperar, ignora o património de intervenção do Partido Comunista Português e da CDU nesta matéria. E não que essa intervenção tenha começado há pouco tempo. Aliás, há bem mais de um ano que o PCP questiona insistentemente Laurentino Dias sobre o Campo de Golfe no Jamor e sobre as condições do Estádio Nacional. Da mesma forma, Francisco Madeira Lopes, do Partido Ecologista "Os Verdes" tem três perguntas e requerimentos apresentados ao Governo precisamente sobre a mesma matéria.

Nada de espantar. Não seria natural que um jornal como este procurasse fazer jornalismo minimamente sério no que toca à intervenção política do PCP e da CDU. Aliás, este como muitos outros que comem da mesma mão que o PCP e a CDU combate.

Mas o que me horroriza de facto é a opção política que este Jornal faz ao produzir esta "notícia", ou peça de propaganda ou que raio é. É que o que motiva a notícia não é o problema do Estádio Nacional, mas sim o facto, pasme-se, de o BE ter denunciado os interesses imobiliários/turísticos que disputam o estádio e o campo de golfe. Ora, anuncia a notícia que o BE entregou um requerimento na Assembleia da República sobre a matéria. Muito bem, aceito isso, muito embora não encontre qualquer registo de semelhante requerimentos nos sites da AR.

No entanto, seria da mais elementar competência abordar o assunto com um mínimo de imparcialidade, o que provavelmente é pedir demasiado para o grau de profissionalismo patente na referida notícia. Pois bem, alguns factos:

1. O PCP tem vindo a colocar na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República esta questão em praticamente todas as reuniões com o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto e até hoje, tal não mereceu uma linha no Jornal Público.

2. O PCP apresentou uma Pergunta escrita ao Governo, onde requer informação sobre o Estádio Nacional e o Golfe e onde requer informações sobre o Projecto do campo de Golfe. aqui

3. O PCP requereu, através da Comissão de Educação e Ciência, que o Governo fizesse chegar à Assembleia da República o projecto da obra, que até hoje não chegou.

4. O Partido Ecologista "Os Verdes" entregaram 3 perguntas e requerimentos ao Governo exigindo informação concreta e justificação da opção política pelo campo de golfe, bem como informação sobre os impactos ambientais do projecto.

5. A CDU de Oeiras, juntamente com o Grupo Parlamentar do PCP realizaram uma visita ao Estádio Nacional, onde apenas esteve presente um órgão de comunicação social local (de Oeiras), mesmo tendo todos os restantes sido convocados. O PEV realizou num outro dia uma visita com os mesmos objectivos e apenas mereceu a comparência da agência Lusa.

6. O PCP e o PEV participaram numa visita oficial ao Estádio Nacional com a Comissão de Educação e Ciência e o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, durante a qual levantaram inúmeras questões e acusaram de abandono e de favorecimento a especulação imobiliária envolvente o Governo.

Nenhuma dessas posições assumidas por PCP, PEV ou CDU foram divulgadas devidamente na comunicação social nacional e muito menos no Jornal Público.

Outros factos:

1. O BE nunca, repito: NUNCA, participou numa única reunião da Comissão de Educação e Ciência com o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto. O que, por si só, talvez justificasse uma notícia. Mas certamente não no jornal público, que não se presta a esses serviços de má-língua.

2. O BE não participou sequer, repito NÃO PARTICIPOU, na visita da Comissão ao Estádio Nacional, certamente por não atribuir a essa matéria a necessária importância ou relevância mediática de que afinal, mais tarde, se veio a aperceber.

3. não existe ainda nenhum registo de intervenção do BE sobre o Estádio Nacional ou sobre o golfe no Jamor, no quadro da AR.

4. Aquilo que o Público anuncia como sendo uma denúncia do BE sobre os interesses em torno do campo de golfe no Jamor é, na verdade, e como facilmente se comprova, uma colagem das diversas posições assumidas pelo PCP e PEV na Assembleia da República e pela CDU no Concelho de Oeiras.


Uma vez mais, o parasitismo, compensou. Tivéssemos nós essa preciosa ajudinha dos grandes órgãos de comunicação social... Mas isso provavelmente significaria que nós estaríamos no mau caminho. Deixemos o mau caminho para outros...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Esquerda de confiança?

Se o ridículo matasse...
Poderá dizer-se esquerda de confiança quem assim dispara à esquerda, sem saber sequer do que fala, do papel da autarquia setubalense e do papel do Grupo Parlamentar do PCP e dos Verdes? Está vista a concepção de convergência dessa gente...
Confiança nos jantares de amigalhaços e nos brindes de copo ao alto entre Dirigentes partidários do BE e Ministro da Economia demitido? não, obrigado.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A serra e o mar, para quem?

Acompanho com gosto, quando bem feitas, as intervenções de conservação da natureza. Gosto de participar no movimento de sensibilização social e política para a importância da preservação dos recursos naturais, dos valores biológicos e geológicos e gosto de divulgar a riqueza natural do país que é, surpreendente.

Não tenho aversão à conservação da natureza, pelo contrário, nem reajo negativa ou insensivelmente aos apelos ecologistas. Sou até um activista em algumas causas ambientais. Não suporto, porém, que a coberto da conservação da Natureza se vão delineando e aplicando estratégias políticas do mais baixo grau de transparência e de autêntica apropriação privada de domínio público.

Porque escrevo estas linhas?
Escrevo-as porque, este verão, a revolta e a indignação ainda me cresceram mais no peito e na consciência e, por isso mesmo, peço desde já desculpa pela dimensão porventura exageradamente emotiva do presente texto.

Eu gosto do sítio onde vivo. Gosto das pessoas, gosto da serra, gosto do mar, gosto da cidade e gosto da tróia. Por isso mesmo me revolta ainda mais a atrocidade que tem vindo a abater-se sobre a nossa região por força de uma ofensiva de gabinete, tecnocrática e supostamente ambientalista, deixando cada vez mais a descoberto uma ridícula, mas persistente, campanha política de privatização do espaço público, de alheamento das pessoas da natureza.

Desde miúdo que mergulho no mar de Sesimbra, de Ribeiro de Cavalo, da Arrábida, de Alpertuche e de alguns outros maravilhosos recantos que a costa a Sul da Cadeia Montanhosa da Arrábida nos oferece. Sempre aí apanhei umas navalheiras, por vezes umas santolas, muitos polvos e chocos e, com sorte, de vez em quando, lá punha as mãos nuns robalos, safios e pouco mais. Desde miúdo que vou passear para a areia da tróia, aliás, devo ali ter passado anos da minha vida. Desde miúdo que pesco à linha desde a muralha até ao quebra-mar de Sesimbra, passando por Albarquel. Desde miúdo que vejo outros tantos amigos, homens e jovens de Setúbal, pegarem na cana, ou na espingarda e no fato e irem dar um banho à minhoca ou passear umas horas debaixo de água. A apneia, esse desporto dos pobres que não têm dinheiro para cursos de mergulho, para garrafas de oxigénio, que não têm sequer uma embarcação, sempre foi um belo passatempo da malta aqui em Setúbal. Não consta que os impactos da apneia nas comunidades biológicas e nos fundos do mar tenha sido catastrófico.

Fico furioso, nos dias de hoje, quando passo a ter de conjugar as frases do parágrafo anterior no pretérito imperfeito. Porque agora terei de dizer que "desde miúdo passeava..." passeava porque já não passeio. Mergulhava porque já não mergulho.
E fico particularmente triste, trise e furioso também, quando vejo que não posso vestir um fato e mergulhar para apanhar uma navalheira, mas os tipos das motos de água, das embarcações de luxo, à vela e a motor, que os tipos da indústria química, que os das pedreiras, podem não só continuar como acentuar e acelerar as suas actividades. A última vez que mergulhei em Ribeiro de cavalo, a água estava leitosa. Estava leitosa por causa de uma gigantesca nuvem de pó calcário que saltava das explosões da pedreira que, ilegalmente, se planta a poucos metros da falésia. Estava assim, certamente, acidificada e mais dura, aquela água que antes se mostrava tão límpida quanto ar. Do pouco que sei de santola e navalheira, que não tirei cursos, nem trabalho em gabinetes do ICNB, quase que aposto que aquela nuvem de pó, num só dia, produz mais impacto negativo nesses artrópodes do que um mês de pesca submarina.

Será certamente impressão minha, que pouco percebo de peixe - que não tenho cursos desses de universidade, nem sou tecnocrata científico - mas uma moto de água a percorrer vezes sem conta a velocidades impressionantes a linha dos 100m da praia provoca mais impacto no desarranjo dos fundos, na poluição marinha e atmosférica, na indução de stress junto das comunidades biológicas do que 50 pescadores submarinos que ali vão aos fins de semana e ainda trazem a porcaria que os outros atiram para o fundo.

Esta política de dois pesos e duas medidas é a política da direita, que ilude os ambientalistas e ecologistas, que não vêem que com esta estratégia estão a contribuir para afastar da natureza precisamente aqueles que sempre a preservaram. E assim a vão entregando aos meninos das lanchas a motor, das motos de água e dos casinos, dos hotéis de cinco estrelas e dos campos de golfe de 320 mil buracos. E assim, todos unidos contra esses bandidos que caçam em apneia, vão preservar o lindo fundo do parque marinho luiz saldanha. Para que alguém possa de vez em quando ir visitá-lo no seu barco de luxo, usando a licença de mergulho nova em folha e a garrafa de ar comprimido de marca. E os outros, esses que lá iam buscar um peixito, uma navalheira para comer com os amigos à roda de uma cerveja, esses podem ter, em breve, o privilégio de serem os servos prestáveis dos senhores do barcos de luxo e dos casinos, poderão em breve ser croupiers, empregados de balcão ou de mesa e, bem rectos e educados, portar no braço a bandeja da submissão onde carregarão os copos de pé alto, conduzindo-os à mesa do patrão.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

chifres e outros contos

Então não é que o homem se descontrolou e meteu os indicadores à cabeça com ar irado vociferando para a bancda comunista? Bem sabemos que se há bancada que enfrenta o touro p'los cornos é a do PCP, mas não era preciso tanto. Além disso, estou solidário com Pinho. Então o homem faz tanta asneira política, conduz um ministério fundamental e consegue passar despercebido não fossem as suas magníficas tiradas de miúdo mal comportado. Ele é a papa maizena, o deixar-se dormir no plenário, mais umas quantas bocas parvas, ele é o cheque de 5 mil euros da EDP para o clube da bola, e agora isto.

Mas estou solidário porque o homem fez tanta asneira, da grossa mesmo, da política. Conseguiu inclusivamente enganar uns poucos milhares com a conversa das energias renováveis que não são afinal nada mais do que um fabuloso negócio de milhões para a EDP e Iberdrola, branqueando que a esmagadora maioria da percentagem anunciada como renovável no nosso mix energético é, ao contrário do que se pensa, a hidroeléctrica (talvez uma das mais pesadas do ponto de vista ambiental).

Mas também foi o homem dos PIN e dos PIN+ (Projectos de Interesse "Nacional") que foram sempre projectos importantes e de grande interesse para alguém, mas nunca nacional. Foi o homem do Allgarve, da promoção do grande turismo de luxo e do ataque às pequenas e médias empresas.

E logo por causa de uma coisa tão mesquinha é que foi despedido. Estou contigo Pinho. Como diria Sócrates: "Há muitas e boas razões para demitir Pinho, mas esta não é uma delas!"

Em tom mais sério, aproveito as linhas para repudiar os comentários e seus autores que atribuem a responsabilidade à bancada comunista, e que agora tentam limpar a imagem de Pinho. Fosse o episódio passado com o BE e o Ministro seria um monstro, como aliás bem se tentou passar nos primeiros minutos . Como afinal o incidente se deu com os malvados comunistas, o Ministro é um santo, um louvável patriota que tudo deu à causa nacional. Pena é que haja comunistas na Assembleia da República...

Esta é mais uma prova de que se há quem os incomoda... são mesmo os comunistas!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009

tomada de posição do PCP sobre o golpe nas honduras

Sobre o golpe de estado nas Honduras
O PCP condena firmemente o golpe de estado consumado nas Honduras no domingo, 28 de Junho, visando impedir a livre expressão política do povo hondurenho e liquidar o processo democrático em curso no país. Expressa a sua solidariedade com a resistência e a crescente mobilização dos trabalhadores, das massas populares e das forças democráticas e progressistas hondurenhas pelo imediato restabelecimento da legalidade democrática naquele país da América Central.
Do mesmo modo, o PCP expressa o mais profundo repúdio e inquietação perante as medidas de repressão empregues contra o movimento popular que se manifesta nas ruas e a instauração pelo poder golpista de um regime de bloqueio informativo e cerceamento das liberdades, que trazem à memória um negro passado recente de golpes militares fascistas nas Honduras e na América Central e Latina em geral.
O PCP, valorizando a generalizada condenação internacional do golpe e as vastas acções de solidariedade com o povo hondurenho, muito especialmente por parte das forças revolucionárias e progressistas latino-americanas, alerta para eventuais manobras que, a coberto da condenação formal do golpe de Estado que afastou o presidente das Honduras, Manuel Zelaya, pretendam na realidade legitimar os objectivos deste acto anti-constitucional perpetrado pela oligarquia e as forças mais retrógradas hondurenhas, dando continuidade às tentativas do imperialismo para travar e fazer reverter os processos de emancipação e cooperação entre os povos que hoje se afirmam na América Latina e Caraíbas.
01.7.2009
O Gabinete de Imprensa do PCP