sexta-feira, 26 de junho de 2009

paixões destas... tá quieto!

De facto, se há coisa que na política não falta a ninguém é desfaçatez. Desfaçatez, sim, porque vergonha falta a muitos. Ora não é que o Partido Socialista apresenta à Câmara Municipal de Setúbal a Arquitecta Teresa Almeida, ex-Governadora Civil e conhecida aparelhista do Partido e a apresenta como a portadora de uma imensa paixão pela cidade?

Claro que pouco me importa quem é o candidato do PS, como de resto não me cabe ensaiar críticas à escolha e à autonomia de cada partido para decidir dos seus candidatos. O que já me importa é a mentira, a falsidade e o desprezo pelo povo da minha cidade. Se o PS quer escolher a Arqª Teresa Almeida, tudo bem. Agora que branqueie o seu passado, que a pinte agora como uma uma progressista e apaixonada setubalense é que já me faz espécie.

Então uma senhora e um partido que se anunciam com o slogan "paixão por setúbal" depois da sua história negra à frente dos destinos da cidade não são, no mínimo, sinal de desfaçatez política? Então este PS e esta Srª não foram exactamente os responsáveis pela gestão autárquica do concelho de Setúbal durante 16 anos e não são exactamente os mesmos que apoiaram Mata-Cáceres na sua senda de liquidação da autarquia, de amiguismos, clientelismos, arrogância e autêntica estupidez? Então vamos lá ver: este PS que degradou a cidade, que colocou o movimento associativo na dependência política da autarquia, que desprezou a juventude, que permitiu as maiores atrocidades urbanísticas (será necessário relembrar o Largo de Jesus, a praça do Bocage, a total ausência de espaços verdes e de equipamentos infantis, aos arruamentos degradados, a passagem desnivelada do quebedo, a ponte das fontainhas..??)?

E estarei eu enganado ou a Arqª Teresa Almeida é precisamente a mesma Srª que foi vereadora do urbanismo na gestão Mata-Cáceres? Que paixão é essa que deixou Setúbal como a autarquia mais endividada do país? que geira o município ao sabor dos interesses dos amigos, que submetia o interesse das pessoas da cidade aos interesses da Secil, que prestava vassalagem aos governos aceitando a transferência da competência sobre os Bairros Sociais? Percebo agora que talvez a paixão a que o PS se refere seja um daqueles amores destrutivos e depressivos que conduzem à infelicidade e à morte.

E que dizer de Albérico Afonso, o tal candidato do BE à Câmara Municipal de Setúbal? Então este senhor anuncia como prioridade devolver a tróia aos cidadãos quando sabe perfeitamente que tróia é concelho de grândola e que não superintende qualquer responsabilidade da autarquia setubalense naquele território. Sem lhe retirar razão quando critica o projecto megalómano e destruidor ali implantado em área supostamente protegida, o que importa na política é também a sinceridade e a seriedade. Mas nada estranho nesta manobra publicitária, pois que outra coisa não faz este BE que é, de facto, tudo menos sério e sincero.

Mas vai mais longe, o candidato do BE diz que quer devolver Tróia a quem? aos proprietários de segunda e terceira habitação de luxo da Soltroia, onde talvez só por acaso, se inclui o próprio? Nada tenho contra quem ali comprou a sua casa de férias, nada tenho contra a propriedade habitacional. No entanto, começo a duvidar da seriedade daqueles que enchem piscinas a dez metros do mar, que constróem em áreas protegidas e depois se arrogam no direito de leccionar a moral aos restantes. Confesso que isso já me faz alguma confusão.

Mas, outra coisa não esperaria eu desses partidos e gentes que os compõem.

domingo, 21 de junho de 2009

Sócrates - o capitão pescanova?

Quando um governo se assume como comissão de negócios das grandes empresas, quando um primeiro-ministro se rasteja prestável aos pés das grandes corporações, quando se diz a um país que um investimento em aquacultura intensiva feito por uma empresa privada multinacional espanhola é um investimento do país, quando se alteram os critérios de ordenamento do território para satisfazer necessidades de empresas, quando por cima de tudo isto se afirma que a aquacultura intensiva é um exemplo de indústria de progresso ecológico, económico e tecnológico; então percebemos claramente que estamos à beira do abismo.

Portugal tem um enorme potencial para a realização e dinamização de aquacultura extensiva e semi-intensiva, tem as condições costeiras, os estuários, tem os pequenos e médios produtores interessados e o que faz o Governo? cobra-lhes taxas de recursos hídricos absolutamente disparatadas e fecha os olhos perante a situação de concorrência desleal em que competem os produtores nacionais com os gregos e espanhois, por exemplo. Como se isso não bastasse, ainda disponibiliza parcelas da rede natura 2000 para a Pescanova, manda lá o 1º ministro numa clara demonstração de sabujice e de provincianismo saloio inaugurar uma central de engorda de pregado e fazer publicidade descarada à empresa. Só faltava mesmo não lhes cobrar a taxa de recursos hídricos! (e certamente já arranjou maneira de não a cobrar, como fez com a EDP)

Talvez amanhã nos deparemos com o Sócrates na TV a deliciar-se nos medalhões de pescada da Pescanova, e um dia mais tarde, quem sabe, armado em capitão iglo de roda de uns douradinhos. Só duvido que algum pai de bom senso neste país permitisse que o seu filho se chegasse perto desse capitão...

sábado, 20 de junho de 2009

cinco dedos, um punho.

coloquei no império bárbaro porque é profundamente ideológico. coloco aqui porque é profundamente actual.

vídeo na Rádio Moscovo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

depois das europeias, a fantochada continua

Hoje temos moção de censura pelos motivos errados apresentada por uma direita que não tem o que dizer de um Governo PS que fez tudo o que a própria faria. A não ser que seja inveja e, nesse caso, quem merece censura é o CDS porque a inveja é um pecado e no CDS somos todos muito católicos.

Hoje também temos entrevista ao Sr Primeiro-Ministro.

Conclusão:
Um CDS invejoso da política de direita do Governo, com um PSD a querer um pedacinho do bolo da censura.
E um PM que se vitimizará, mudará a postura de arrogância para a de tolerância forçada.

Tudo, tudo como o mesmo objectivo: manter as políticas.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Portugal de Lés a Lés

A convite da organização do "portugal de lés a lés" participarei no evento que se inicia no dia 11 de Junho, em Boticas e termina no dia 13 em Olhão.

Durante esses dias, todos os blogs estarão sem novidades, mas conto trazer belas fotografias!

A todos, bom descanso nestes feriados!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

não há tempo para ressacas

Geralmente, depois dos períodos eleitorais, segue uma ligeira pausa, um sentimento de dever cumprido que nos dá o direito a parar um diazito para descansar da festa dos resultados. Festa porque nos últimos anos tem sempre havido motivo para isso. Não que assim sempre tenha sido no passado como é óbvio e não que assim venha sempre a ser no futuro.

Mas desta feita, pesem embora os melhores resultados da CDU dos últimos 15 anos e os 22% de crescimento eleitoral da coligação, a luta não nos dá hora de descanso, porque a exigência se redobra.

Venham as legislativas!