quarta-feira, 27 de abril de 2011

Chora, o sindicalismo moderno e o FMI

Ora, Ora... Quem havia de dizer?
Passe a publicidade, soube hoje que o BE vai realizar uma iniciativa contra o FMI. Tudo bem até aqui, ainda não ouvimos o BE dizer que o FMI faz cá falta. Mas o que já me fez torcer o nariz foi a participação de António Chora nessa dita iniciativa.

E porquê? Porque hoje mesmo o FMI diz que vai propor ao governo português uma alteração na lei laboral que centra a negociação colectiva na esfera "patrão-trabalhador", numa lógica de empresa e a retira da esfera "patronato-sindicatos", assim fragilizando o poder negocial do trabalho e aumentando a capacidade de exploração da generalidade dos grandes patrões.

E não é que Chora por várias vezes já manifestou essa mesma posição? Que os sindicatos deviam era organizar viagens e turismo, que deviam era aconselhar pessoas e ajudar na formação profissional, que deviam deixar-se dessas coisas da negociação colectiva que é uma chatice.

Para quem tivesse dúvidas por que Chora e Be são tão acarinhados pelos patrões, para quem tivesse dúvidas o que fez Chora merecer os prémios (!?) de sindicalista do ano entregues pelos próprios patrões, aí está o FMI a explicar o porquê.

Será que vai morder a mão que lhe dá de comer?

domingo, 24 de abril de 2011

Moita Flores escreve monte de esterco

É bom ver como estão preocupados os serventuários e os mafiosos do costume com as posições que o PCP vai assumindo. Moita flores, mais um desses bem comportados elementos da guarda anti-comunista e reaccionária, usa até a democracia como argumento para vociferar da forma mais autoritária e anti-democrática possível.

Então, juntando-se a outros já habituais cronistas do regime, bons alunos do sistema e parasitas que tais, Moita Flores dedica ao papel dos comunistas umas linhas nesse grande jornal diário que é o Correio da Manhã. Jornal que, curiosa mas perceptivelmente, jamais dedica ao PCP o necessário espaço para a divulgação das suas iniciativas. Mas para este tipo de bolor jornalístico, há sempre espaço no jornal mais anti-democrático que eu conheço.

Diz-nos então moita flores que o PCP é um partido pária da democracia. E porquê? Porque decidiu não reunir com o FMI, vejam bem. Certo estou de que este senhor, um dos muitos políticos que goza do estatuto de cronista - e como tal imparcial no que escreve, claro está - diria cobras e lagartos de um PCP que tivesse participado nas negociações com essa coisa da troika. "que incoerente!", exclamaria. Mas também estou certo de que uma eventual posição de submissão ao FMI por parte do PCP o sossegaria mais do que a posição que veio o PCP corajosamente a assumir.

Ora, vejamos o conceito de "responsabilidade democrática" deste "cronista":
o PCP só seria democrático e responsável se aceitasse negociar com quem nos ajuda, segundo o próprio. Esta afirmação condicional, padece de três erros fundamentais- dos quais o "cronista" está evidentemente consciente.

a) democrático é saber comportar-se à altura das exigências de quem é representado e não agir como a burguesia ou o FMI pretende. Ou seja, na visão deste "cronista", Portugal seria bem mais democrático se todos os partidos defendessem o mesmo, se comportassem da mesma maneira e tivessem a mesma posição perante o FMI. Assim sim, estaríamos perante o mais profundo respeito pela pluralidade. É que, caso contrário, havendo um Partido que afinal, de forma diversa e legitimamente decide não se prostrar perante o invasor, isso já não é democracia, mas sim, na concepção de moita flores, irresponsabilidade, pesporrência e demagogia (!!!). De cada uma dessas coisas, o senhor certamente muito saberá. Basta verificar que moita flores considera que "democrata" é quem chama para Portugal uma organização não-eleita para governar e determinar o futuro do país. Mas já pária da democracia é quem se nega a negociar com essa organização e se dispõe a negociar com quem os portugueses elegeram de facto, ou seja, os grupos parlamentares e respectivos partidos e, indirectamente, o Governo.

b) responsável é, para moita flores, baixar as calças aos bandidos e gangsters que parasitam o nosso país, a riqueza e o trabalho do nosso povo. Responsável é quem negoceia com os vampiros o sangue dos outros, para salvar o sangue da casta que abriu as portas aos hematófagos. Para moita flores, responsável é exercer o poder durante 35 anos ao serviço de quem lhe dá a possibilidade de ser hoje presidente de câmara, quem lhe alimenta as campanhas e a promoção pessoal de que goza, nas tvs e nos jornais. Responsável é exercer o poder para encher os bolsos de uns tantos ladrões enquanto se esvaziam os do povo que trabalha. Responsável é governar um país com tanto potencial para que, 37 anos depois, estejamos novamente nas mãos dos privilegiados que tudo tinham antes da revolução. É pois responsável, apenas e só, quem faz parte dessa corja de governantes, parasitas e oportunistas que do poder tiram o seu próprio proveito, em detrimento do país que os elege. Responsável é destruir a economia nacional, endividar o país, tapar os buracos dos grupos financeiros, destruir a Escola Pública, o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social, privatizar estradas, hospitais, escolas, correios, serviços de abastecimento e saneamento de água, bancos, empresas, indústrias, recursos naturais. Responsável, afinal de contas, é quem cria a situação de emergência nacional, quem abre as portas ao FMI e quem no final de tudo, está lá para lhes estender o tapete vermelho que rasgará por sobre os direitos e a qualidade de vida dos portugueses. Quererá moita flores dizer "responsável pelo estado em que estamos"? Nesse caso, terá razão, o PCP conta-se entre os que não têm responsabilidade.

c) ajuda, para moita flores, é vir esmagar a capacidade produtiva de um país, cilindrar os direitos de um povo, aplicar as normas mais retrógradas no mundo do trabalho, liberalizar a economia até ao desvanecimento total do Estado e ainda lucrar milhares de milhões de euros com tudo isso. Me desculpará o ilustríssimo "cronista", mas a mim soa-me mais a invasão, ocupação, colonização financeira, do que propriamente ajuda. O FMI não é um organismo apolítico, bem pelo contrário, é um braço financeiro do capital transnacional e do imperialismo, um tentáculo dos mais obscuros interesses que hoje vão gerindo na sombra o mundo e os mercados.

Mas, como não há limites para hipocrisia e como os cães são fiéis a seus donos, mesmo os cães-de-fila, não há como esperar deste "cronista" e outros iguais outra coisa que não a repetição da cassete reaccionária. Fica-lhe bem. Estou certo de que terá marcado mais uns pontos para assegurar a atenção e o amparo que as mafias económicas lhe dão. Pois, senhor "cronista democrata", daqui lhe digo que ainda bem que a concepção de democracia e responsabilidade não é igual em todos os partidos, a bem das próprias. Lhe digo, para o que possa valer, que não terá dos comunistas portugueses a submissão e a bolorenta responsabilidade que apregoa, terá insubmissão e revolta, democracia plena mesmo quando no-la queiram roubar. Vá pregar para o PPD que em boa hora o acolheu, para as tvs, jornais e demais espaço de auto-proclamação por que pulula como judicialista, professor universitário, cronista, jornalista, autarca e todas as restantes porras de títulos que ostenta à medida do freguês.

Vá mostrar serviço na bandeja em que transformou o seu intelecto, para o servir à mesa dos que nos roubam, dos que nos exploram, vá espalhar a sua mensagem à vontade, porque isso é uma das conquistas que alguns anti-democratas lhe deixaram. Diga as asneiras que quiser, que muitos aplaudirão a sujeição. Mas não espere nunca dos homens e mulheres comunistas, dos rapazes e raparigas comunistas, que baixem o rosto e lhe mostrem a nuca. Não espere que a chantagem que escreve hoje nos jornais, nova versão das perseguições fascistas, nos façam baixar os braços ou vender a alma por um punhado de "elogios" de um qualquer "cronista".

É com firmeza e convicção que me revejo na posição do PCP de não negociar com quem não tem legitimidade para representar ninguém em Portugal. Negociar sim, com quem tem responsabilidade para tal. Procurar soluções, sim. Mas não com quem tem como único objectivo colocar Portugal mais longe do seu futuro, mais longe do progresso. Estou certo que moita flores não se importaria de viver num qualquer país intervencionado pelo FMI, porque lá seria certamente igualmente amparado, igualmente privilegiado. Mas não se poderia dizer o mesmo dos povos, deste e dos outros que já sabem o que isso é. Pois se moita flores faz parte da casta do intocáveis perante o rolo compressor do FMI, do BM, do capitalismo voraz, dessa casta não fazem parte os comunistas portugueses, como não fazem aqueles que vivem do seu trabalho.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

os mentirosos

Passos Coelho e Paulo Portas vieram dar uma voltinha eleitoral aqui ao distrito de Setúbal. Como seria de esperar, não vieram propor a privatização total das escolas, da segurança social ou do serviço nacional de saúde. Também não vieram tecer os habituais elogios ao "empreendedorismo", à "competitividade" ou louvar os méritos dos ricos patrões, banqueiros e agiotas que dão de comer a estes dois.

Aqui não se sentiram à vontade para isso.
Aqui em Setúbal vieram, como também não me pasma, mentir.

Tanto um como outro vieram aqui dizer que a agricultura e as pescas são sectores fundamentais para a recuperação económica do país. Embora tanto um quanto outro saibam que são parte da troika responsável pela destruição de pesca e agricultura no nosso país e neste distrito. Só cá faltava o PS para estar completo esse triunvirato da desgraça.

É curioso verificar como os partidos da mentira, da corrupção, da burguesia, adaptam o seu discurso às circunstâncias independentemente do que fazem, de como agem e do que realmente defendem. E aqui, em Setúbal, vieram apregoar aquilo que há muito ridicularizam nas propostas do PCP.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ajuda ou sequestro?

Aquilo a que os governantes e os meios de comunicação social insistem chamar "ajuda externa" andará certamente mais próximo de uma inva~são estrangeira ou de uma ocupação financeira da economia nacional.

Mas esses mesmos, fantoches dos donos do mundo, falam também em resgate.

Resgate já me parece termo mais adequado, mas ao contrário: se alguém resgatar Portugal será o seu povo, pois este país é refém nas mãos desses senhores do dinheiro e da alta finança, FMI, BCE e EU.

E Sócrates, Soares e Barroso foram os iscos, os engodos que nos levaram até à ratoeira.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

motim e revolta a 5 de Junho

Desde 1974 que os senhores do dinheiro, os mesmos que subjugaram o nosso povo a 48 de fascismo, não descansam para recuperar os seus privilégios.

Dinheiro, riqueza desmedida, poder, influência, monopólio, exploração são a outra face das pragas que atingem impiedosamente o nosso país: depressão, crise, pobreza, desemprego, crime, fome, repressão.

Desde 1976 que os governos portugueses, sempre nas mãos de PS, PSD e CDS, levam uma vida promíscua, uma total miscigenação e identificação com os rostos ocultos que nos dominam a vida. Rostos ocultos de uma mafia "socialista" e "social-democrata", da maçonaria, da Opus Dei, dos amorins, dos belmiros, dos espírito santos e outros tantos cujos nomes são os nomes da ignomínia e da vergonha que pinta de negro o nosso país.

Desde 1976 que as eleições são apenas um bom número de ilusionismo para legitimar com a chancela sempre útil da "democracia" as políticas mais anti-democráticas e mais retrógradas.

É por isso que as artes, a cultura, o ambiente, o desporto, a saúde, a educação se convertem paulatinamente em mercados sem regras, onde os vampiros enriquecem à custa do sangue de quem trabalha e ainda surgem nas nossas TV's como os empreendedores do futuro e da modernidade.

Esses que nos condenam ao passado e nos roubam a própria vida. Esses que falam de baixar o IVA do golfe enquanto tu trabalhas 8 horas mais 4 por dia para teres o que pôr de comer no prato do teu filho.
Esses que falam de dificuldades, de crise e de esforço, enquanto amassam milhões e milhões de lucros e tu fazes contas ao fim de cada mês que passa para saber como pagas a renda da casa.
Esses que apelam à unidade nacional para ultrapassar a crise, mas que são os mesmos que te roubam todo o produto do teu trabalho e que te aumentam os preços da água, da luz, das comissões bancárias, das comunicações, da gasolina, da comida e dos bens essenciais.
Esses que jantam em banquetes de luxo à mesa com Sócrates e Cavaco, amigalhaços de sempre, enquanto tu pedes mais uma caixa de anti-depressivos ao teu médico para enfrentares mais um dia de desemprego.

É essa a corja que te explora, te esmaga a vida, te cilindra a felicidade e te faz crer que a ela já não tens direito. Mas tens, temos, direito à felicidade, direito à dignidade, direito a ser obreiros do progresso do nosso país e não da engorda das contas bancárias dos grandes accionistas que nunca vimos.

E é tempo de dizer a essa gente que basta. Que queremos trabalhar, mas também ler. Que queremos pão e poesia, que queremos desporto e prazer. Teatro e Férias. Cuidar dos nossos filhos novos e dos nossos velhos pais.

É tempo de revolta. Dia 5 de Junho, a indignação e a luta atingem uma elevada expressão. Expressão de voto, de opinião decisiva e decisora. Para que não fique nada na mesma, para que os afectemos onde lhes dói e construamos nós próprios o nosso futuro, ninguém pode ficar em casa, ninguém pode resignar-se. Do pintor ao desempregado, do investigador ao operário, passando pelo bancário e pelo funcionário público, vamos construir a alternativa para fazer Abril de novo, reforçando o Partido Comunista Português, com o voto na CDU.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Breve história de um roubo

1. Os banqueiros abocanham a riqueza nacional de há décadas a esta parte num mercado dito "regulado" por porra nenhuma.

2. O(s) Governo(s) PS(D)+CDS não fecha(m) os olhos ao roubo, antes são diversão para o sucesso do assalto. Enquanto nos roubam, o Governo faz umas palhaçadas para distrair a vítima que assim só se apercebe tarde demais, quando os dois larápios batem em retirada.

3. Os banqueiros dão alvíssaras aos cúmplices e, não contentes, tornam a assaltar em todas as esquinas. Depois distribuem os bens roubados entre si até ficarem sem nada.

4. Então chamam o FMI porque dois larápios já não bastam.

5. Sempre que preciso trocam as caras, contratam um novo isco, revezam-se pela Europa, pelo BM, pelo BCE, pelo PS, pelo PSD, pelos bancos, pela EDP, pela Iberdrola, pela Mota-Engil, pela Endesa, pela Jerónimo Martins, pelas empresas públicas.

6. Quantos assaltos serão necessários para que ponhamos "trancas à porta"?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

último dia parlamentar - devolve-se a voz ao povo

Encerram-se hoje os trabalhos da XI Legislatura. A luta derrubou o Governo pois encostou o PSD à parede. Não poderia continuar impunemente a viabilizar as políticas de desumanidade e de acumulação capitalista protagonizada pelo PS.

PS e PSD escondem os reais motivos do resultado que levou ao chumbo parlamentar do PEC4. E, PS queria este PEC, PSD não queria menos. Porém, foi a movimentação dos milhares e milhares de portugueses, de trabalhadores, estudantes, idosos e reformados, convergindo numa ampla luta contra as políticas de direita que alterou as condições políticas para que PSD apoiasse explicitamente o anunciado PEC4.

Hoje, no último dia de sessões plenárias, o PEV reforça a necessidade de recuparação do aparelho produtivo e o PCP exige a aposta no crescimento económico e na renegociação da dívida externa. Assim se dá expressão parlamentar à luta e aos anseios do país.

E a CDU se afirma confiante como alternativa!