quarta-feira, 26 de novembro de 2008

tempo de começarem a falar verdade

uma vez mais, o tempo das cerejas clama à honestidade e chama a verdade cá acima onde todos a podem ler. pena é que estas belas "respostas" do vítor dias não gozem da mesma cobertura que qualquer escarro jornalístico num jornal.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Suspensão é a solução... para já!

A tentativa desesperada de actuar sobre a opinião pública é cada vez mais óbvia, tanto quanto é cada vez mais patética. Perdida que está a ministra da educação no próprio sistema que supostamente gere - o sistema educativo - tenta agora virar-se para a já habitual estratégia de dividir a opinião pública.

Tenta a Srª Ministra agora parecer que alterou muita coisa sem nada ter alterado. Politicamente o modelo de avaliação não sofreu nenhuma alteração. Legalmente mantém-se tal qual como há uma semana atrás. Mesmo a suposta simplificação do modelo e da aplicação anunciada ontem com dramatismo na TV, não colhe fundamentação legal nos documentos aprovados pelo próprio governo. Bem pode vir agora fingir arrependimentos, bem pode como uma louca vir acusar o seu próprio modelo de tudo e mais alguma coisa, como aparentemente até fez para algumas questões, mas não pode iludir que a orientação política de introdução de quotas de avaliação, de instrumentalização governamental das escolas, de aplicação de gestão empresarial às escolas e de desarticulação do papel e dos direitos dos professores.

Dizer agora que vai simplificar o intolerável, limpar de burocracias o irrazoável é apenas mais uma tentativa de nos fazer tentar confundir a árvore com a floresta. O essencial é a política e a orientação de direita por detrás deste modelo de avaliação, o essencial é o ataque que ele representa perantes os direitos dos trabalhadores da educação, é a forma como tenta virar todos contra os professores, lançando a ideia de que não são, não foram e não querem ser avaliados.

Uma vez mais a minstra e o governo falham na necessária aproximação às necessidades do sistema educativo e do país. Uma vez mais se mostram absolutamente insensíveis, irracionais e arrogantes na imposição das suas políticas a bem ou a mal. A ministra quer fazer-nos crer que está a ceder. No entanto, nega-se a cessar o processo ou a suspender. É como dizer que quer paz e não parar os canhões e as armas.

Suspensão é a única solução!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Luís e Catarina

O Luís e a Catarina são militantes da Juventude Comunista Portuguesa e foram condenados por exercerem um direito que uma qualquer juíz quis travestir de crime. O Luís e a Catarina são dois jovens comunistas que pintaram um mural. Seguravam na mão as trinchas de um colectivo e pintaram palavras de todos os jovens comunistas deste país: "transformar o sonho em vida", retiradas de uma frase de Álvaro Cunhal dirigidas ao Congresso de Unificação das Juventudes de 1979 (que uniria a União de Jovens Comunistas e a União de Estudantes Comunistas, formando a Juventude Comunista Portugesa).~

O Luís e a Catarina empenham diariamente os seus esforços para defender os jovens com quem se relacionam, para denunciar e combater as políticas que prejudicam a juventude portuguesa. O Luís e a Catarina partilham com milhares de jovens portugeses o "sonho" de transformar esta realidade numa outra, mais justa, mais fraterna, mais solidária. O Luís e a Catarina nunca se limitaram a reproduzir a cassete do sistema em que vivem, nunca ficaram contentes com o que lerem nas notícias, nunca ignoraram o sofrimento que se alastra pelo mundo e pelo seu país. O Luís e a Catarina nunca se limitaram a dizer que as coisas estão mal, nunca se satisfizeram com o trabalho dos outros. Eles, o Luís e a Catarina, chamaram a suas próprias mãos a construção do nosso futuro colectivo.

O Luís e a Catarina não pintaram um mural qualquer. Eles pintaram um mural que é a expressão política de uma organização juvenil que não se rende e que teima em construir a alternativa política: a socialista. Eles pintaram um mural político com uma mensagem de esperança para todos os jovens de Viseu. Para que todos soubessem que é possível transformar, que há quem o faça diariamente e que todos se podem juntar.

Eles nunca diminuiram salários a ninguém, nunca fecharam fábricas nem condenaram famílias à miséria; eles nunca venderam o que é de todos a um punhado de magnatas; eles nunca protegeram criminosos nem deram guarida a corruptos; eles nunca manipularam o sistema legal, nem puseram amigos na administração pública; eles nunca determinaram a diminuição do valor das pensões; nunca privatizaram os nossos recursos; nunca desviaram dinheiros públicos para circuitos privados; eles nunca apadrinharam genocídios, nem defenderam guerras sanguinárias; eles não enviaram soldados para o Iraque, para o Afeganistão; nunca mentiram ao povo português, nem tampouco o abandonaram. O Luís e a Catarina nunca se calaram perante a injustiça, pelo contrário, contam-se entre os que levantam as vozes por princípios e direitos ao mínimo sinal de ataque. Eles nunca quiseram cursos superiores de borla; nunca enganaram o sistema fiscal. O crime deles é doutra natureza: daquela que enche um comunista de orgulho que é nunca calar e nunca abdicar de seus princípios. O crime deles é serem jovens comunistas num mundo que insiste em espalhar que tal coisa não existe.

O tribunal condenou ilegalmente o Luís e a Catarina por pintarem um mural onde afirmavam o seu ideal, onde desafiavam todos a dar o seu contributo a combater os criminosos que hoje se abraçam ao poder político e económico. Diz o tribunal que pintar um viaduto constitui crime de dano simples. Quem tal determina acaba de cometer o crime de dano à República e esse é qualificado e não simples.

Toda a solidariedade com o Luís e a Catarina!
Toda a solidariedade com a Juventude Comunista Portuguesa!
"Continuaremos a pintar murais!"

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Falta de chá

A Ministra da Educação anunciou ontem durante a audição com a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência que os professores estão a resistir a uma mudança que é positiva e que a ela lhe cabe defender o país e não os interesses corporativos dos professores. Assim recorre uma vez mais ao estafado expediente de tentar dividir o povo. Dizia a Ministra - esse agente obscuro deste governo - que lhe desculpem os professores por ela estar a mexer nos interesses próprios da sua classe, mas que é para bem de todos.

A ministra quer fazer-nos crer que os interesses dos professores são diferentes do interesse nacional. E neste aspecto concreto não são de todo. A luta dos professores corresponde objectivamente à luta em defesa da escola pública e, por consequência, à luta pelo interesse nacional.

Como pode a ministra que faz isto para bem de todos, quando o povo português vive hoje pior do que vivia em 2005? Então e o ataque aos pensionistas, reformados e idosos é para defender quem? E o ataque aos direitos dos trabalhadores por conta de outrém é para favorecer quem? E o ataque aos estudantes do ensino superior e dos ensinos básico e secundário favorece quem? E o ataque e limitação às liberdades, direitos e garantias democráticas é para defender quem? E a desvalorização das forças de segurança e das forças armadas é do interesse de quem?

A ver se a gente se entende. Por que há-de pensar a tal de ministra que engana assim tão facilmente o povo? Uma breve olhada pelo panorama dos ataques, limitações e destruição de direitos rapidamente nos mostra que não há camada profissional ou classe trabalhadora que esteja de fora do ataque revanchista, cripto-fascista e anti-democrático que este governo tem dirigido a todos, a TODOS, pois não fica nenhum de fora.

A não ser, claro está, o punhado de parasitas que desbaratam a riqueza nacional e que vivem à sombra dos esforços de quem trabalha. Esses sim, sempre beneficiados pelo sacrifício colectivo que nos é imposto. Banqueiros, administradores e gestores milionários a quem a crise engorda os bolsos, a quem aproveita a política do governo. Será esse o interesse nacional a que se refere a ministra da educação, verdadeira nemesis do sistema educativo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Manifestações em defesa da Escola Pública

As escolas estão sob fogo, e os professores e estudantes são os primeiros a sentir a ofensiva. A política de direita do PS encontra na Escola Pública um obstáculo à prossecução da sua estratégia de desmantelamento do Estado.

Dia 5 de Novembro - a maior manifestação de estudantes do ensino secundário dos últimos 4 anos trouxe às ruas de diversas cidades e vilas do país mais de 30 mil estudantes contra o Estatuto do Aluno, contra os Exames Nacionais, contra o fim da gestão democrática das escolas, pela melhoria das condições materiais e humanas, pelo fim dos processos de privatização de cantinas e papelarias e pela Educação Sexual nas escolas.

Dia 8 de Novembro - 8 meses depois da grandiosa manifestação de mais de 100 mil professores nas ruas de Lisboa, mais de 120 mil juntam-se de novo, reforçando a luta contra esta política de ataque ao sistema educativo.

Perante isto, o Governo acentua a sua arrogância e prepotência. Instrumentos dos fracos, pois demonstram o seu carácter anti-democrático e a sua incapacidade para confrontar os adversários. Fracos, mentirosos, arrogantes e cobardes.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

por que nos acusas?

A JS (Juventude Socialista), pela voz do seu próprio Secretário-Geral anunciou aos jornais - e esses prontamente o ouviram, pois claro - que a luta dos estudantes do ensino secundário que decorreu hoje por todo o país e constituindo um estrondoso êxito contra a política de desmantelamento da escola pública que este governo prossegue, era uma manobra política da JCP (Juventude Comunista Portuguesa).

Assim, e para provar a sua tese acusatória (pensa a JS que a JCP usa os seus métodos de instrumentalização do movimento associativo estudantil?) a JS disponibilizou aos jornalistas o contacto telefónico de três militantes dessa estrutura e estudantes do ensino secundário que testemunharam aos jornais o quão contentes estavam com as políticas do governo. Dúvidas houvesse, "João Tiago não hesitou: «somos socialistas, o que o partido achar nós também achamos.», lê-se no JN de 5 de Novembro. Resta que a peça jornalística - tão pobre quanto as declarações do Secretário-Geral da JS, identifique ou pelo menos lance umas pistas sobre quem será João Tiago e por que motivos ouviu tão ilustre figura do panorama estudantil português (ninguém sabe que é esse rapazote, nem o jornal se dá ao trabalho de explicar - provavelmente a rapariga que escreveu o artigo até se tinha dado ao trabalho de explicar, mas o editor cortou a eito pelas linhas adentro e o artigo ficou uma das mais pobres peças de jornalismo que já li).

Mas o que importa é que, exactamente cinco anos passados sobre a maior manifestação de estudantes desde o 25 de abril de 1974, os estudantes do ensino secundário levaram a cabo uma intensa jornada de luta, denunciando que tudo vai mal na escola pública. Afinal, os estudantes quando falam, protestam e não sorriem como os figurantes que o governo contrata para fazer de público nas suas iniciativas de propaganda. Exactamente cinco anos após a manifestação contra a lei do financiamento, protagonizada pelos estudantes do Ensino Superior de todo o país, realiza-se uma grande e mobilizadora luta nacional descentralizada dos estudantes do básico e secundário.

Lugares, lugarejos, vilas e cidades, em quase todo o canto onde se planta uma escola pública, os estudantes, muitas vezes com um trabalho importante das suas associações estudantis, realizaram uma demonstração de democracia verdadeira - participaram!

A JCP, como não poderia deixar de fazer tendo em conta os seus compromissos com a juventude portuguesa, empenhou-se no sucesso desta luta. Orientou os seus militantes do ensino secundário para que contribuíssem para o êxito, para que divulgassem e mobilizassem, para que organizassem e agitassem. Mas acima de tudo alertou, consciencializou e mobilizou outros estudantes não comunistas mas igualmente defensores da Escola Pública. E mais não fez que a sua obrigação. A JCP também saudou a luta estudantil e o seu sucesso incontornável - fê-lo porque sempre o faz quando a luta é justa, fê-lo porque cumpre também assim um dever seu de estar ao lado dos que lutam por um sistema educativo melhor, contra os exames nacionais, o estatuto do aluno, por melhores condições materiais e humanas e pela educação sexual nas escolas. Fê-lo, não com vergonha nem encapotadamente, mas com o orgulho de quem está do lado certo da barricada e com o empenho de quem não se esconde porque os estudantes sabem que não é a JCP que manipula, instrumentaliza e governamentaliza as associações de estudantes.

A JS, em desespero, identificou uma luta que abrangeu 30 mil estudantes por todo o país com a JCP. Com isso a JS despreza o valor da luta, ignora o descontentamento estudantil e usa o velho truque político do anti-comunismo para tentar desvalorizar a manifestação democrática. Os estudantes saberão, como sempre souberam, responder. A seu tempo.

A JS acusou a JCP de estar ao lado dos que lutam, e está. Acusou a JCP de estar com as associações e com os estudantes a defender a escola pública, e está. Por que nos acusas?


Viva a luta dos estudantes!