quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Falta de chá

A Ministra da Educação anunciou ontem durante a audição com a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência que os professores estão a resistir a uma mudança que é positiva e que a ela lhe cabe defender o país e não os interesses corporativos dos professores. Assim recorre uma vez mais ao estafado expediente de tentar dividir o povo. Dizia a Ministra - esse agente obscuro deste governo - que lhe desculpem os professores por ela estar a mexer nos interesses próprios da sua classe, mas que é para bem de todos.

A ministra quer fazer-nos crer que os interesses dos professores são diferentes do interesse nacional. E neste aspecto concreto não são de todo. A luta dos professores corresponde objectivamente à luta em defesa da escola pública e, por consequência, à luta pelo interesse nacional.

Como pode a ministra que faz isto para bem de todos, quando o povo português vive hoje pior do que vivia em 2005? Então e o ataque aos pensionistas, reformados e idosos é para defender quem? E o ataque aos direitos dos trabalhadores por conta de outrém é para favorecer quem? E o ataque aos estudantes do ensino superior e dos ensinos básico e secundário favorece quem? E o ataque e limitação às liberdades, direitos e garantias democráticas é para defender quem? E a desvalorização das forças de segurança e das forças armadas é do interesse de quem?

A ver se a gente se entende. Por que há-de pensar a tal de ministra que engana assim tão facilmente o povo? Uma breve olhada pelo panorama dos ataques, limitações e destruição de direitos rapidamente nos mostra que não há camada profissional ou classe trabalhadora que esteja de fora do ataque revanchista, cripto-fascista e anti-democrático que este governo tem dirigido a todos, a TODOS, pois não fica nenhum de fora.

A não ser, claro está, o punhado de parasitas que desbaratam a riqueza nacional e que vivem à sombra dos esforços de quem trabalha. Esses sim, sempre beneficiados pelo sacrifício colectivo que nos é imposto. Banqueiros, administradores e gestores milionários a quem a crise engorda os bolsos, a quem aproveita a política do governo. Será esse o interesse nacional a que se refere a ministra da educação, verdadeira nemesis do sistema educativo.

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