Depois de o Governo do PS afirmar pela voz do ex-Ministro do Ambiente, de má memória, Nunes Correia, que a estratégia do Governo era: "privatizar de baixo para cima o sector da água".
Depois de o PS enquanto Governo ter aprovado a Lei da Água com o voto favorável do PSD e do CDS e de nela inscrever a privatização da água como objectivo fundamental.
Depois de o Governo PS de Sócrates ter escrito numa análise SWOT, contida no PEAASAR, que uma das oportunidades do sector da água é: "Elevado potencial de crescimento do mercado da água, proporcionando espaço para o aparecimento de novos interessados e para o fortalecimento do tecido empresarial privado nacional que actua neste mercado."
Depois de tudo isso, vem o PSD e o CDS aplicar a lei da autoria do PS e dizer que quer avançar com a privatização do sector, sob o fogo cerrado do PS a quem agora, como vem sendo habitual, a consciência de esquerda assomou, porventura por ser oposição e querer ser governo para fazer depois o que agora critica.
Mas a questão é muito simples e coloco-a sobre a forma de pergunta à qual qualquer leitor na posse de capacidade mínima de honestidade e lucidez saberá responder:
"uma empresa privada que visa o lucro e gere uma rede de abastecimento mais depressa corta a água a uma família com dificuldades ou a uns ricos com piscina? qual é o melhor cliente?"
e não se esqueçam que, do ponto de vista ambiental, do ponto de vista social, a utilização que a família pobre dá à água é incomparavelmente mais sustentável e adequada que a utilização que o rico lhe dará para se banhar na piscina.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Uma pergunta ingénua, ou talvez não. Seguindo o exemplo dado, já hoje em dia, uma família em dificuldades, se não pagar a factura da água, cortam o abastecimento, certo? Então, qual a diferença para para o privado?
Hoje em dia, uma família em dificuldades é proprietária da água. Se achar que a gestão está a ser mal feita, pode mudar o voto. Se a água for privada, não podemos votar em quem a gere.
é uma diferença substancial...
além disso, a estrutura de preços do privado inclui o lucro e a do público não tem de o incluir necessariamente, na medida em que não é esse o seu objectivo.
Enviar um comentário