quinta-feira, 12 de março de 2009

88 anos de luta

Por que escrever 88 anos passados da fundação do Partido Comunista Português? Por que continuam os comunistas portugueses a comemorar o aniversário do seu Partido, a cada ano que passa, como aliás mais nenhum partido o faz?

É pois um desses enigmas que muitos não compreendem ou fazem por não compreender. É também uma das muitas provas de seriedade que os militantes comunistas prestam regularmente, independente do que fica bem dizer-se, do que fica bem esconder-se. Enquanto uns escondem a história do seu partido, outros ignoram-na por ser demasiado enfadonha, enquanto outros ainda preferem não perder qualquer minuto de atenção mediática lembrando o passado, os comunistas insistem em valorizar o seu. Porquê?

Agora, neste mês em que passam 88 anos após o 6 de Março de 1921, os comunistas portugueses relembram a sua história. Não escondem, nem nunca o farão, o nome do seu partido, a cor da sua bandeira, o património da sua luta. Não precisam branquer o passado, porque dele se orgulham. Partido, Comunista e Português são características que são hoje o que são, apenas pelo passado que lhes dá origem. É que este Partido não se reconstrói diariamente ao sabor do mediatismo, não produz posições política à medida dos telejornais, não altera o seu comportamento por imposições exteriores, antes pelo contrário, constrói-se com base na solidez das suas posições e alicerçado na coerência colectiva. Este não é um Partido como os outros e é isso que conta, afinal de contas.

Neste Partido, a mudança de caras não significa a alteração das suas posições políticas, da sua análise, da sua forma de intervenção, porque ele espalha as suas raízes na luta do povo português e dos trabalhadores. Por isso aqueles que esperam do PCP mutações e transgenismos espontâneos e fulminantes, se desiludem diariamente. Por isso é tão importante para os comunistas comemorar o seu passado. Pelo simples facto de que as nossas características são o fruto de um processo histórico, de um encadeamento de acontecimentos, porque o nosso presente assenta no nosso passado e é isso que nos assegura confiança no futuro.

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