quarta-feira, 1 de junho de 2011

Cavalos de corrida

Entre os seus cavalos de corrida, a mafia capitalista conta com dois puros-sangues e uma pileca, que entre si próprios se revezam no pódio da desgraça. Sócrates, Passos e Portas, disputam a taça da sabujice com afinco, a troco de um certo tipo de palha.

Várias são as provas de que estes "partidos" se limitam a disputar as cadeiras no conselho de administração de um Portugal SA, ao serviço dos banqueiros, das potências multi e transnacionais, das potências europeias e dos interesses económicos que dominam, ao fim e ao cabo, o mundo em que vivemos.

Mas se outras provas não houvesse, bastava ouvir Basílio Horta, cabeça de lista pelo PS no distrito de Leiria e António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa pelo PS, nos seus discursos efusivos num comício em Leiria. Sobre o percurso do primeiro "cavalinho", pouco importa dizer que não se saiba já: menino do CDS, feroz defensor do grande capital, fiel seguidor de Sócrates ou de quem quer que lhe ponha nas mãos as ordens de cima. Sobre o segundo "cavalinho", António Costa, talvez fosse engraçado avaliar as suas expectativas e o seu papel no desmantelamento progressivo do Estado, rumo a uma política de direita cada vez mais funda, travestida de esquerda moderna, mas ficará para outra ocasião.

O que eles disseram, ambos, nesse comício, é que é de importante registo.
Dizia Basílio Horta que o PS é o único partido que no governo poderá "garantir a paz social". E diz ainda mais, António Costa, que o PS é o "único partido capaz de implementar o plano da troika sem contestação social", assim: "Só o PS consegue, não só no terreno parlamentar como no terreno social, abrir caminhos, pôr todos a trabalhar, com os sindicatos, com as associações patronais". Diz ainda que se a direita ganhar "vai ser muito mais difícil".

Ora aqui está o PS a desmascarar-se a próprio a afirmar-se como efectivo e principal adversário de classe dos trabalhadores. Ou seja, o PS não quer ser governo para garantir a defesa do país, o desenvolvimento, a minimização dos impactos negativos do plano da troika, e muito menos para fazer frente aos vampiros financeiros que se banqueteiam nas entranhas evisceradas da nossa economia. Não.

O PS quer ser Governo porque tem mais capacidade de garantir uma permissividade, uma certa docilidade, de importantes camadas populares manipuladas, nomeadamente através dos sectores "socialistas" da inter e do fiel "cachorrinho" UGT. O PS não quer ser governo para fazer uma política diferente da do PSD. O PS quer ser Governo porque a poderá aplicar com menor resistência social, controlando, como já lhe é habitual, os seus pontas-de-lança que tão depressa radicalizam, como desmobilizam, sempre à medida da necessidade do patrão.

O PS quer ser Governo porque sabe que poderá aplicar as mesmas, as exactas medidas da troika, que PSD igualmente apoia, com mais capacidade de contenção da luta. Isso demonstra muita coisa... inclusivamente sobre o carácter dos dirigentes do PS - que no governo amansam os movimentos de massas e na oposição os tentam radicalizar - ainda que em torno de uma mesma reivinidicação.

Mas também diz muito sobre os "cavalos de corrida" dos senhores do dinheiro e explica muito do por que tanto apoio mereceu o "Sócrates Puro Sangue".

1 comentário:

Ricardo O. disse...

A família dos Tortugas...

http://www.youtube.com/watch?v=WkHf1srDGBw&feature=player_embedded