quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A revista "sábado" sempre a bombar

Sem desrespeito para os coitados que lá são obrigados a trabalhar (certamente por lhes faltar melhor oportunidade) a revista "sábado" é cada vez mais um autêntico pedaço de excremento jornalístico. Na edição da passada semana, na senda da habitual campanha anti-partidos, anti-políticos e anti-deputados, que é, por si só, parte de um ataque vastíssimo que está a ser orientado contra o regime democrático, essa revista faz uma peça sobre os supostamente desconhecidos deputados da Assembleia da República.

Claro que teriam de encontrar forma de colocar, na lista de 10 nomes acusados de invisíveis, um deputado comunista. Porém, na ausência de deputados comunistas com tão limpa folha de cadastro de trabalho como as de algumas dezenas de PS's e PSD's que por ali se passeiam sem fazer nada, eis que a revista dá à prensa o seguinte texto:



Para o fazerem tiveram de ir buscar o deputado do PCP que está em funções apenas desde Setembro, o que, convenhamos, para efeitos de projecção pública, não contribui independentemente de, por acaso, ter até um registo de actividade bastante mais intenso do que qualquer deputado do PS ou do PSD, como se pode verificar.

Além de todas as manobras de distorção evidentes e que impedem uma justa comparação com outros deputados, a "sábado" não resiste à matricial tendência para a estupidez e o preconceito. Querendo dizer que na bancada do PCP se repete a "cassete comunista" de forma transversal e assim uma vez mais criticar indirectamente o PCP, a revista diz que "a linguagem dele é a do PCP:.." e segue-se o excerto de uma intervenção sobre o papel da NATO da autoria de ...

...

Jorge Costa, deputado do be. (!!!)

Donde se depreende um facto: que a escrita é preconceituosa e, sabendo que se refere a um deputado do PCP, identifica a tal "cassete" mesmo em frases que não sejam dele ou do seu partido. Ou então, o jornalista não tem qualquer preconceito e, em matérias de blocos político-militares, o be de facto mimetiza o discurso do PCP...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

no parlamento a denunciar

O PCP agendou para hoje uma interpelação ao Governo sobre a política de ataque aos direitos dos trabalhadores e jovens trabalhadores, centrada também no combate que os comunistas declaram à precariedade laboral.

Durante a intervenção do João Oliveira, Deputado do PCP que abriu o debate, "direitos", "liberdade", "bem-estar", "ser humano", "juventude", "criminalização do recurso ilegal aos recibos verdes", "exploração", "lucros capitalistas", "versão moderna das praças de jorna", "desemprego" foram palavras utilizadas para ilustrar a posição do PCP sobre o tema em debate.

Durante a intervenção de Helena André, Ministra do Trabalho e ex-dirigente da UGT, "competitividade", "empregabilidade", "empreendedorismo" foram os termos modernos utilizados para esconder os conceitos antigos que, de facto, merecem destaque na sua intervenção, embora lá estejam velados mas sem qualquer vergonha: "desvalorização do trabalho", "ampliação do exército industrial de reserva", "sobre-exploração das novas gerações", "servir os interesses do lucro", "fragilizar os direitos laborais" e "embaratecer e facilitar despedimentos", "promover a caducidade dos contratos colectivos de trabalho", "diminuir a posição sindical".

marxismo e meio ambiente

Porque achei importante, de uma leitura que estou a fazer (ou melhor, a fazer de novo), em 1973, Guy Biolat dizia, no seu livro "Marxisme et environnement" que:

"[a política de ambiente do capitalismo] consiste na socialização do prejuízo ambiental, mantendo privados os meios de produção."

Que falta fazem estas análises à luz da actualidade, para melhor denunciarmos a estratégia em curso. Que diria Biolat de Quioto?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

propaganda

Independentemente do que se tem vindo a colocar sobre moções de censura, particularmente nos últimos dias depois da cambalhota do BE, as questões centrais da política nacional e da situação social e económica do país, presistem e agravam-se, como o PCP tem vindo a afirmar.

A estabilidade política e financeira com que o Primeiro-Ministro chantageia diariamente os portugueses é a outra face da instabilidade social das famílias e dos trabalhadores portugueses que empobrecem a trabalhar.

Os 4 maiores bancos lucraram 1 400 milhões de euros em 2010 (quase o mesmo que 2009) e pagaram menos 55% de impostos (IRC). As exportações aumentam sem qualquer reflexo no sistema produtivo porque são infladas pelas operações financeiras e de serviços baseadas inclusivamente no off-shore da Madeira (não deixando um centavo em Portugal) e os níveis de capacidade de inovação e investigadores per capita, de acordo com o Governo melhoraram como nunca, o que até é verdade se não quisermos comparar as estatísticas com a realidade. A título de exemplo: uma das empresas que mais investigadores declara para efeitos de resposta ao Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional é o BCP (sim... o millennium BCP!) que declara 89Milhões de euros e 399 investigadores em equivalente a tempo integral. Quando olhamos para os números que sustentam estas declarações reparamos que o BCP tem entre 0(zero) e 1(um) doutorados em funções de investigação. Com manipulação estatística deste calibre, admira-me não sermos ainda o país mais vanguardista em investigação na área da propaganda governamental.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Independentes do quê ou de quem?

Mais tecnocracia para esconder a manipulação capitalista.

"Na Europa, um em cada cinco alunos de 15 anos de idade, assim como muitos adultos, não têm conhecimentos de base em matéria de leitura e de escrita, o que lhes dificulta a procura de emprego e os põe em risco de exclusão social. Para ajudar a solucionar este problema, a Comissão Europeia criou um grupo de peritos independente, com vista a identificar formas de aumentar os níveis de literacia. O grupo, cuja primeira reunião decorreu hoje em Bruxelas, é presidido pela Princesa Laurentien dos Países Baixos, enviada especial da literacia para o desenvolvimento (UNESCO). O Dr. Roberto Carneiro faz igualmente parte deste grupo. Os Ministros da UE fixaram como objectivo reduzir a percentagem de alunos com dificuldades a nível da leitura, da matemática e das ciências para menos de 15% até 2020."

(texto da representação da Comissão Europeia em Portugal)