quarta-feira, 25 de setembro de 2013

mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo

se o problema da segurança social, como nos vendem, é a desproporção entre jovens/adultos trabalhadores e reformados e pensionistas, então como é que se permite um desemprego de quase 17% e de quase 50% entre jovens?

náusea



É isto que se vê na minha cidade ao entrar perto da Bela Vista.
Puro preconceito.

Um candidato do partido que deixou Setúbal completamente afundado numa tristeza colectiva, um candidato que usa o delírio anti-comunista como argumento político, faz-se rodear de dois jovens negros para poder fazer um cartaz que diz "Setúbal sem preconceito". Faz lembrar aquela malta que diz "eu não tenho nada contra os pretos, até tenho amigos de cor."

Mas há mais: o PS diz que Setúbal decide ser uma cidade sem preconceito se votar no seu candidato miserável, rasteiro e indisfarçável político de plástico. Isso significa que o PS acusa a actual autarquia de ser preconceituosa contra alguém. Depreendemos do cartaz que acusa a autarquia de ser preconceituosa contra os negros. Além do incomportável disparate que me dispenso comentar, isso revela bem que este senhor não faz a mínima do que é a minha cidade e que a vê como o trampolim para o sucesso da sua cruzada anti-comunista.

Mas há mais, o candidato do PS propõe resolver os problemas da Bela Vista com uma marca "jovens criadores da Bela Vista", um estúdio de Música e com novas profissões nas "indústrias criativas". A demagogia e o preconceito não podiam ir mais longe. Para os putos pretos do bairro alimenta-se-lhes aquele sonho de serem criadores de jogos de computador e gravar discos de hip-hop a troco de uns votos no PS que é moderno e curte essas cenas. Valha-nos que o homem esteja tão longe dos problema da Bela Vista que não colherá com esta estratégia mais do que os votos dos incautos ou dos esquecidos. A Bela Vista foi castigada pelo PS.


"o combate ao PCP é tão ou mais importante que o combate à direita." diz-nos o mesmo candidato do PS nesta descarga de puro preconceito e ódio, sem qualquer tipo de justificação e fazendo uso da mais rasteira manipulação.

(entre estes parêntesis, aproveito para dizer que os tais orçamentos de estado do PS que o PCP votou contra eram os mesmos que faziam recair sobre a região de Setúbal o mais pequeno investimento e os maiores cortes em sucessivos anos - talvez o PS quisesse castigar o PCP, castigando os que votam no PCP para as autarquias)

Este senhor, com este discurso, não traz nada para a nossa cidade. Nada, a não ser o preconceito anti-comunista, o discurso sedutor dos carreiristas políticos, e o terrorismo. Porque é isso que este discurso é: terrorismo.

Para quem tenha dúvidas, aqui está o discurso todo.



sexta-feira, 20 de setembro de 2013

festa da democracia

Dizia Sócrates, e não me parece que o escreva agora no seu "livro", que «as manifestações são a festa da democracia». Mas julgo que se torna cada vez mais claro que a festa da democracia são as eleições. Isso sim é cá uma festa! Uma festa, um circo e uma palhaçada.

E já nem falo do espectáculo das bandeirinhas, dos outdoors, da obra em cima da hora, das promessas e de tudo o mais que inevitavelmente fará parte das eleições em democracia burguesa que é, claramente mais burguesa que democracia.

Refiro-me especialmente aos autênticos números de circo protagonizados por PS, PSD e CDS que corrompem a democracia e visam, no essencial, manter o equilíbrio entre as forças da burguesia, para prosseguir o rumo de esbulho e de assalto à riqueza nacional e à dignidade dos portugueses.

1. Aqueles que, por estarem no Governo e lhes convir, dizem que as eleições autárquicas não têm relação com o poder central, são os mesmos que utilizarão os seus eventuais resultados positivos para afirmar a renovada confiança do povo nos seus partidos.

2. Aqueles que, curiosamente, a poucas semanas das eleições autárquicas fazem "voz grossa" para a troika estrangeira, são os mesmos que até aqui haviam cumprido prontamente as mais degradantes ordens e são exactamente os mesmos que até nos disseram vezes sem conta que não havia outro caminho.

3. PS, PSD e CDS são os partidos do encerramento de extensões e centros de saúde, de hospitais, de cortes no financiamento da saúde, da educação, de privatizações atrás de privatizações, do encerramento de milhares de escolas, de despedimento de milhares de professores, de roubos nos salários e pensões, mas nas autarquias não se vê um dos seus candidatos a defender tal coisa, mesmo quando são exactamente os mesmos que votaram todas essas medidas na Assembleia da República.

A tentativa, promovida por PS, PSD e CDS, com a ajuda dos fazedores de opinião do costume, com aquele tal rato de sarjeta armado em rato de laboratório, de responsabilizar o FMI pela situação do país consiste numa clara forma de deflexão da crítica dos portugueses. PS, PSD e CDS, na festa da democracia, descartam as respectivas responsabilidades, fazendo cara feia ao FMI, enquanto na prática partilham com o FMI os métodos e os objectivos.

Desmontemos a farsa, acabemos com a festa deles, construamos democracia. Sem a burguesia.

Para isso, não chegará, mas é certamente o mais concreto objectivo de curto-prazo: reforça a CDU nas autarquias.