sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Tudo pela União, nada da União.



Temos de cortar nos salários se queremos continuar na União Europeia.

Temos de parar a produção industrial se queremos continuar na União.

Temos de cortar nas pensões se queremos continuar na União.

Temos de cortar na saúde, na educação, na segurança, na justiça se queremos continuar na União.

Temos de despedir funcionários públicos se queremos continuar na União.

Temos de abandonar a agricultura e as pescas se queremos continuar na União.

Temos de acabar com o subsídio de desemprego para milhares de desempregados se queremos continuar na União.

Temos de transformar as escolas em institutos de formação profissional e os politécnicos em escolas de segunda se queremos continuar na União.

Temos de privatizar todas as empresas públicas e deixar de ter intervenção na economia se queremos continuar na União.

Temos de continuar a permitir que os ricos não paguem impostos e que desviem a riqueza para off-shores se queremos continuar na União.

Temos de aceitar a precariedade laboral se queremos continuar na União.

Temos de aceitar o fim do consumo local se queremos continuar na União.

Temos de acatar a dívida com que a União nos soterrou se queremos continuar na União.



Mas tudo vale a pena para estar na União! Se não fosse a União Europeia… Se não fosse a União Europeia não podíamos sair de Portugal, como os noruegueses e os suíços, que vivem aprisionados nos seus países. Se não fosse a União Europeia não tínhamos cá computadores, calças de ganga, zara e H&M, como se comprova pelo sub-desenvolvimento da Islândia. Mas acima de tudo perdíamos aquelas notas fixes que fazem com que possamos ir à Áustria sem ter de trocar moeda. Ah, espera… não temos dinheiro para passar de Espanha. Mas pronto, já é fixe não ir à cabine de câmbio cada vez que vamos a Espanha. Dá um jeitão porque vamos lá quase todos os dias. Vale bem a pena os sacrifícios.

1 comentário:

filipe disse...

Nos teus primeiros itens, é necessário intercalar a expressão "ainda mais"!
Desta "União" criminosa e hipócrita, uma organização imperialista inteiramente ao serviço dos interesses colonialistas germânicos e do seu euro, que nos desgraça e humilha todos os dias - e já considerada justamente "irreformável" -, para quando apontaremos ao nosso povo o caminho da saída e da nossa liberdade e independência?!