Por força das letras grandes dos jornais, e das pequenas também. Por força dos politólogos, todos encartados e doutos analistas. Por força dos partidos da burguesia e de todos os que neles se amanham "como a lombriga entre os próprios cagalhões". Por força da "doutrina social da Igreja" que é a doutrina capitalista da mendicância. Por força dos dogmas repetidos à exaustão como pais-nossos de flagelo e castigo. Por força do que aprendemos na escola controlada. Por força do que dizem os empresários, benévolos senhores do dinheiro que nos dão emprego. Por força da arte e da cultura, ou do que a elas se substituiu nos jornais gratuitos que nos dão no metro. Por força da ladainha salazarenta e do bafio da indigência intelectual dos sabujos. Por força da conversa dos deputados, dos ministros, dos secretários de estado, dos presidentes disto e daquilo e mais das autoridades e das entidades que por aí se espalha como corja proliferante. Por força das letras dos livros vendidos nas estantes em destaque, escolhidos a dedo. Por força da moral, dos bons-costumes e da honradez dos pobres.
Por força, enfim, das forças ocultas do capital - palavrão proibido por força dessa porra toda.
Por força, dizia, dos que engordam e enriquecem à custa dos que empobrecem, é que é hoje lei inquestionável que o principal objectivo de um Estado é gastar menos, é combater a despesa, é afinal de contas, suicidar-se, auto-liquidar-se. É o anarco-capitalismo, o fascismo, a vender-se-nos como se de boa coisa se tratasse.
E nós dizemos: o objectivo do Estado é liquidar-se por se tornar obsoleto e não converter-se no cão-de-fila do patrão. O objectivo do estado é conseguir gastar cada vez MAIS, para conseguir satisfazer cada vez mais necessidades, cada vez mais pessoas, para que TODOS vivam cada vez melhor, para que todos sorriam, para que ninguém tenha de repetir dogma nenhum por força nenhuma!
Queremos um Estado que gaste mais! Queremos um estado que possa gastar mais. Por isso, queremos um estado que cobre mais impostos, que favoreça a criação de riqueza, que dinamize a economia ao serviço das pessoas e não um que se limite a controlar as pessoas ao serviço da finança.
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5 comentários:
Neofascização, sem dúvida, a coberto da "democracia" que vigorosa e justamente denuncias.
Reconquistar um Estado Democrático, isto é, ao serviço das classes laboriosas e de todo o Povo, eis a luta política de real ruptura que já entrou na ordem do dia.
Um abraço!
Que cobre mais impostos aos que nada pagam ou que pagam muito menos do que podiam e deviam, mas querem o Estado totalmente ao seu serviço.
Cumprimentos
Está tudo bemmesmomuito bem
Mas... nunca esquecer - nem por um momento - que o Estado não é neutro, que as suas configuração e composição e actuação são o reflexo da relação de forças na luta de classes.
Um abraço
não o esqueçamos, claro, em momento algum.
todavia, o Estado português, de acordo com a Constituição da República, é um estado que se orienta para o socialismo. A sua actual fascização e a desfiguração que isso representa face à constituição não deixam de representar uma mudança na concepção de Estado.
POr um lado o que resulta da Revolução. Por outro, o que resulta da contra-revolução, que infelizmente está a sair triunfante. Não é neutro e jamais será, porque isso determinaria a sua obsolescência. Mas que o estão a mudar, estão.
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