A candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República tem apresentado ao país uma nova perspectiva de cumprimento dos deveres e poderes presidenciais, rompendo com o tradicionalismo do apadrinhamento às políticas dos governos e às políticas de direita que vêm, paulatinamente, enterrando o país no lodo social e económico.
Ao contrário daquilo a que estamos habituados no mundo da política, Francisco Lopes não se assume como um protagonista da transformação, mas como um elemento que pretende expressar um pulsar do povo, um pulsar de revolta, mas essencialmente uma pulsante força colectiva. Ao contrário dos restantes, Francisco Lopes não se presta a ser rede de segurança das políticas do inevitável, nem apaziguador dos justificados descontentamentos. Francisco Lopes, juntamente com o PCP, de onde emerge a usa candidatura, não afirmam esta candidatura no espaço etéreo das teses dominantes, mas radicam-na nos sentimentos mais profundos dos jovens, mulheres e homens que vivem do seu trabalho ou do trabalho da sua família.
É importante ecoar pelo país um apelo, um apelo de força, de confiança e de convocação colectiva contra a resignação. A candidatura que apoio não tem como objectivo único, pelo menos na minha opinião, derrotar Cavaco Silva e a direita que o apoia. Não basta isso.
É preciso afirmar que a situação em que os povos do mundo se encontram, a encruzilhada em que nos encontramos também em Portugal representa um momento de forte aproximação dos limites materiais e históricos do capitalismo. Por isso mesmo, a viragem e a construção da alternativa é cada vez mais a questão central. A entrega do nosso voto a uma candidatura é uma acção decisiva. E cabe-nos decidir se queremos optar pela continuidade das políticas, independentemente dos protagonistas, ou se assumimos a necessidade de mudar profundamente a forma como se pratica política em Portugal.
Mas desengane-se quem espera desta candidatura as facilidades e as promessas de vento. Esta é uma candidatura que não se afirma como solução, mas como catalizadora e defensora das soluções que, colectivamente, os portugueses podem construir. Uma candidatura que não se senta no muro, que não quer estar bem com deus e o diabo, uma candidatura que se posiciona claramente ao lado dos interesses nacionais, por isso patriótica, do lado de quem trabalha para viver, por isso de esquerda.
A ciência, a cultura, as artes, os jovens e os seus problemas, os trabalhadores da indústria, dos serviços, os trabalhadores sem vínculo, os micro, pequenos e médios empresários, e essencialmente a capacidade produtiva nacional são diariamente os motes de uma campanha que se apresenta claramente com mais dinâmica que todas as restantes juntas, ainda que não mereça nas televisões, rádios e jornais, a cobertura minimamente ajustada. Esta é a candidatura que se anuncia aos cidadãos do nosso país, que se dispõe a estar do seu lado, que se apresenta pronta a cumprir as responsabilidades que lhe queiram atribuir.
Francisco Lopes passa uma mensagem essencial nesta pré-campanha: a de que o país tem alternativa, potencial natural e humano, para crescer num rumo de progresso e bem-estar, de melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, jovens, reformados, idosos, num desenvolvimento harmonioso que capitalize a capacidade nacional de produção material e imaterial. E passa essa mensagem com um desafio implícito que valoriza e distingue a sua franqueza, sinceridade e transparência: é o conjunto, o somatório das forças criativas e produtivas, da vontade dos portugueses contra a resignação e a conformidade, que alterará o rumo da história e determinará a ruptura. Não é o candidato, não é o presidente, não é o governo, mas a força dos povos. A grande questão é se o fará com o apoio dos presidentes e governos, ou contra eles.
Tudo justifica a apresentação da candidatura e o voto no projecto que comporta.
Mas há um elemento que, apesar de tudo, se evidencia como motivo principal: é que Francisco Lopes é o único homem que pode assumir o juramento presidencial com a mão sobre a nossa Constituição da República sem mentir.
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2 comentários:
... e mais não fosse, é o único candidato de esquerda!
Um candidato que assume realmente de que lado esta!
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