O Bloco de Esquerda mostrou hoje sem pudor o seu oportunismo político. Depois de as questões da corrupção dominarem a agenda mediática durante uns dias para satisfazer um agendamento potestativo do BE, eis que afinal sai um tiro de pólvora seca. Afinal, ao contrário do que o próprio BE e o seu regimento de acólitos nos jornais, rádios e tv's, anunciavam, o BE não tinha nenhum Projecto de Lei para a criminalização do enriquecimento ilícito.
Verdade seja dita, o BE apenas tinha uma reedição de algumas iniciativas suas e umas coisitas retiradas ao PCP, para variar. Verdade seja dita, o BE nem sequer propunha o fim do off-shore da Madeira como dava a entender na comunicação social até hoje.
Mas mais grave é o facto de o BE ter recusado que outros partidos apresentassem iniciativas para discussão em conjunto. Isso revela bem que a intenção do BE não era melhorar a legislação portuguesa, nem tampouco combater a corrupção. Era, afinal de contas, apenas afirmar-se como paladino da luta contra a corrupção, cavalgar cabeçalhos e primeiras páginas de jornais e propagandear-se por aí, qual pavão, da sua própria genialidade. Por que recusou que o PCP agendasse o seu Projecto de Lei sobre a criminalização do enriquecimento ilícito, sobre o sigilo bancário, sobre o off-shore da Madeira e tantas outras iniciativas que o PCP tem vindo, há largos anos (desde que o próprio BE andava ainda indeciso entre PSR's e UDP's) a apresentar? Essa é a questão que quando respondida demonstra bem o verdadeiro interesse deste agendamento.
Espero que, da próxima vez, os restantes partidos não permitam que o BE agende projectos nos seus potestativos. Isso é que era justa retribuição.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário