segunda-feira, 13 de abril de 2009

Propaganda Escolar EPE

A RTP é, sem ponta de vergonha, um canal de propaganda do Governo. Isso revela bem em que princípios - ou ausência deles - assenta a acção do Partido Socialista. Parasitar o Estado, promover amigos e instaurar a hierarquia dos favores e dos clientelismos, sem olhar a meios, sem vergonha.

Acabo de ver o Sócrates na TV, enquanto a Ministra da Educação e seu inútil parceiro da Cultura se sentava na plateia, a abrir as novas instalações do Conservatório do Porto. Curiosamente, a Ministra da Educação já tinha anunciado a conclusão dessas obras há meses atrás no Parlamento quando confrontada com a crítica do PCP ao seu Programa de desmantelamento do Ensino Artístico.

Sócrates, entretanto anunciava que o Governo queria enfrentar a crise recuperando as instalações das escolas secundárias. Ora, na RTP ninguém se lembrou de dizer que existem escolas secundárias provisórias há mais de trinta anos e a cair, e que o Governo mais não faz que a sua obrigação e o que é lamentável é que esteja a fazê-lo agora à pressa, não para combater a crise, mas para fazer campanha eleitoral. A maioria das obras agora anunciadas já estava anunciada há muito, desde que o Governo divulgou, também como resposta a uma Pergunta do PCP, a lista das escolas a intervencionar pela empresa Parque Escolar EPE.

Ora a RTP também se esqueceu desse pormenor: o governo empresarializou a gestão do parque escolar do ensino secundário, colocando todas as obras na responsabilidade de uma empresa. É curioso verificar que, quando confrontado com o PCP sobre a necessidade de construção de um Pavilhão Gimnodesportivo numa determinada escola, o Governo anunciava que isso agora era assunto da Parque Escolar EPE e não do Ministério da Educação. Mas é o Governo quem vem agora anunciar as obras com pompa e circunstância. E para bom entendedor meia palavra basta...

Mas não basta meia estória: importa ainda referir que a forma como o governo tem procedido à recuperação dos edifícios e instalações de escolas públicas - muito mais lenta do que o anunciado - pode não ser uma forma de combater a crise de forma estrutural (como o governo finge ser) mas lá que é uma boa forma de ajudar as grandes construtoras, como a Mota-Engil e outras amigas, lá isso, é. Uma olhada pela lista de intervenções e rapidamente se verificará que afinal as grandes obras se contam pelos dedos de uma mão e que essas são atribuídas às grandes empresas da construção civil. A maior parte das intervenções são pinturas de paredes, arranjos de pavimento e outras que tais. Essas constituem as tais dezenas de intervenções anunciadas. Mas não tinha o mesmo impacto, pois não? O Primeiro-Ministro convocar a RTP para anunciar com aquele ar de parasita: "vamos pintar a parede desta escola para fingir que combatemos a crise". No entanto, essa seria uma declaração mais próxima da verdade do que as que temos ouvido.

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