sábado, 1 de agosto de 2009

o vale-tudo

"vale-tudo" é o nome que no brasil se dá a um desporto físico que consiste em opor dois atletas quase sem regras. Nesse desporto, valem todas as artes, todos os golpes com excepção de golpes sobre os olhos e outros poucos. É aquilo a que por cá vamos conhecendo por MMA (mixed martial arts).

A campanha do PS e o seu comportamento para a câmara de lisboa é um pouco um vale-tudo. Mas se, no vale-tudo desportivo podemos identificar mérito e esforço aos atletas - gostemos ou não, se há coisa que podemos admirar é a sua perseverança, a coragem física e o treino intensivo e dedicado - no vale-tudo do PS para a autarquia de lisboa, o que podemos identificar é a ausência de espinha dorsal - do projecto e dos que o compõem.

Ora, ou é da minha cabeça, ou recordo Helena Roseta fazer birra para ser cabeça de lista pelo PS e chegar a abandonar o Partido para formar uma lista orientada pelo espíríto "liberto" dos movimentos de cidadãos. A cidadã Helena Roseta libertara-se dos grilhões aparelhistas dos Partidos e criara um movimento livre. Não que não se revisse no PS, ou para o caso, em qualquer outro partido, mas porque neles não davam guarida à sua sede de protagonismos. Fácil, à falta de lugarinho de destaque, faz-se um movimento, que o que importa não é o projecto, nem o partido, mas sim chegar lá - a vereadora, entenda-se.

O mesmo se pode dizer do sujeito sinistro do BE - o tal de Zé que tanta falta fazia para viabilizar a política de direita do executivo PS, homem-de-mão de Costa que se anunciara para quem quisesse ver. Ora esse sujeito que trepa à ribalta à custa, não da dignidade, mas do protagonismo, vem afinal a tornar-se na bengala mais dedicada de António Costa, com o apoio do BE até à última da hora.

Ambos se apresentaram, íntegros senhores da democracia, para combater a direita - assim o disseram. Quando afinal de contas, se venderam por um prato de lentilhas na primeira licitação do leilão político. Ora, então está visto o que para esta gente conta de facto. Porque se o interesse real fosse o de combater a direita, combateriam os interesses e os projectos de direita, independentemente dos seus protagonistas. No caso presente, o digno representante dessa política é António Costa, ideólogo e líder táctico de um PS cada vez mais próximo do neo-liberalismo selvagem, cada vez mais distante dos homens e mulheres de esquerda deste país. Se o que importasse para esses zés e rosetas fosse o combate à política de direita, combateriam com a mesma tenacidade António Costa e Santana Lopes - o que manifestamente não fazem.

Calaram a indignação e o amor por lisboa, a troco de uma "atençãozinha".

Está visto como se sobe no aparelho do PS: Se não consegues a bem, consegues a mal e tudo será mais fácil se nao tiveres espinha dorsal!

3 comentários:

J.S. Teixeira disse...

De facto, a lista do PS para Lisboa é uma espécie de United Colors of Benetton mas cuja fundação está longe de fazer jus aos pressupostos gestálticos.

É um facto que Costa e o PS surgem como um empreiteiro de políticos mercenários que vendem a sua cara, alma e falta de vergonha a quem lhes ofereça o maior quinhão. Mas o pior de tudo é a justificação chantagista de uma Esquerda unida contra Pedro Santana Lopes. É uma tentativa auto-humilhadora de demanda política do bem contra o mal que acabará por resultar na derrota do actual presidente de câmara, António Costa. Em contrapartida teremos Santana Lopes, o eterno demissionário, a usar, novamente, a autarquia lisboeta para dar o salto, sabe-se lá para onde, desta vez.

Não vivo em Lisboa mas se vivesse o meu voto não seria certamente para nenhum desses partidos e muito menos para o BE ou para o PP que apenas surgem na campanha autárquica de 4 em 4 anos.

Creio que o voto que fará a diferença é o voto na CDU.

miguel disse...

Também o creio, amigo Teixeira.

Naty disse...

Ola passamos para te visitar e deixar um bjs