Podia ser o nome de um jornal de referência, mas é uma prática comum no parlamento português. Comentadores, jornalistas e analistas tentam fazer dela uma novidade, quando as faltas de deputados às reuniões plenárias da Assembleia da República existem desde que existe Assembleia da República. O mais engraçado é ver como todos em coro tentam com isto castigar os partidos e os "políticos" em geral. É uma magna oportunidade para falar da "Assembleia", do "Parlamento", dos "partidos", dos "políticos".
E para aqueles que têm andado por aí a afiar as gânfias contra os partidos e mesmo contra a democracia, cada falta de um deputado é um doce que se lhes dá. Ora não me cabe, por falta de vontade e ausência de mandato, vir aqui defender os deputados. Antes pelo contrário cabe-me atacar muitos deles pela forma vil e torpe como concebem e efectuam o exercício do mandato que o povo lhes confiou através do voto.
Mas o que é mais importante no meio disto tudo é que esta é uma oportunidade, não para atacar a democracia, mas para destacar o trigo do joio. Para evidenciar o carácter de cada grupo parlamentar. Mas ainda mais importante que tudo isso, e aí é que está a questão fulcral que ninguém diz nos jornais ou na TV, é a política projectada e executada por cada força política.
Os deputados do Partido Comunista Português não faltam às votações, a não ser que outra tarefa política lhes tenha sido atribuída. Os deputados do PCP não se abarbatam ao salário, entregam-no ao Partido para respeitar o princípio de "não ser beneficiado nem prejudicado em cargos públicos", os deputados do PCP participam nas mais variadas vertentes do trabalho parlamentar independentemente do mediatismo que tenham, os deputados do PCP deslocam-se ao contacto com as populações praticamente todos os dias, e não só em dias de campanha eleitoral. Mas muito mais do que isso, o PCP, através desses deputados, cultiva e propõe uma política diferente: ao serviço do povo, ao serviço dos trabalhadores e das necessidades e interesses nacionais.
É esse compromisso entre o PCP e o povo português que dá a esse Grupo Parlamentar características próprias, por serem desse partido e por mais nenhuma outra razão. Mais importante que analisar as faltas e com isso culpabilizar "os partidos todos iguais", importa denunciar o essencial: a política de cada grupo parlamentar, as suas propostas, os seus projectos ou ausência deles; isso sim, verdadeira causa do estado em que o país se encontra.
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